desta segunda-feira (7): A Executiva Nacional do DEM já trabalha com a expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, envolvido em um suposto esquema de formação de caixa dois para a campanha eleitoral de 2006 e de distribuição de propina a aliados políticos.

Marcada para quinta-feira (10), a leitura do relatório que está sendo produzido pelo ex-deputado José Thomaz Nonô será uma formalidade para não deixar Arruda sem direito à defesa. Democratas mantiveram no fim de semana conversas sobre o episódio e dizem que a decisão está tomada e não passa desta semana, no que depender das questões regimentais.

“A decisão já está tomada e eu diria que mais de 90% da Executiva irá decidir pela desfiliação”, afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), da Executiva. Arruda analisa a possibilidade de recorrer à Justiça para protelar a decisão, sob o argumento de que não teve acesso a todo o inquérito que o cita.

O governador ainda não entregou sua defesa ao partido e a direção acredita que ele só o fará na quinta-feira ao meio-dia, quando termina o prazo. “Defendi o direito pleno à defesa porque expulsão não pode ocorrer em rito sumário, mas a decisão que tomaremos será histórica, pois o DEM mostrará que é diferente dos outros partidos por não ser omisso nem conivente”, disse o deputado Ônyx Lorenzoni (RS).

O deputado ACM Neto disse que o prazo dado a Arruda é uma questão de respeito ao estatuto partidário, mas que não há condições de “passar a mão na cabeça de ninguém”.

A expulsão será definida por 41 democratas e 45 votos (quatro integrantes da Executiva têm direito a votar duas vezes por acumularem cargos de liderança -os deputados Ronaldo Caiado, ACM Neto e André de Paula e o senador Heráclito Fortes). É preciso obter maioria simples, 23 votos. As votações na Executiva geralmente são abertas, mas a direção fará votação secreta na quinta-feira. O resultado deverá ser oficializado na madrugada de sexta-feira.

Assim que a defesa de Arruda for entregue, o relator terá cinco horas para analisá-la. Depois, lerá o seu relatório e oferecerá a Arruda tempo para defesa. Só depois o DEM partirá para a votação, que não tem tempo limite para acabar.
Também alvo da Operação Caixa de Pandora, o vice-governador Paulo Octávio é membro da Executiva, mas deverá se ausentar. Se for expulso, Arruda tem mais 60 dias para se defender, sem, porém, que a decisão da Executiva seja suspensa nesse período.

1 Comentário | Compartilhe esse post
A agenda da crise
Câmara Legislativa, GDF em 07/12/2009 às 7:47

Arruda, Pandora


Do Correio Braziliense:

Segunda-feira (7)
OAB-DF entrega, na Câmara Legislativa (CLDF), pedido de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM). Deputado distrital Leonardo Prudente (DEM), alvo de denúncias de recebimento de propina, decide se pede a renúncia do cargo de presidente da CLDF para salvar os governistas. A sua saída do cargo arrasta junto o deputado Cabo Patrício (PT) da presidência, porque será necessário convocar nova eleição para a Mesa-Diretora. E já há acordo entre os distritais para reconduzir um aliado governista ao controle da Casa e neutralizar a oposição.

Terça-feira (8)
Deputados distritais decidem se iniciam a instalação da CPI para apurar o suposto esquema de corrupção no Governo do Distrito Federal (GDF) e se a gestão de Joaquim Roriz (PSC) também será investigada. Também está previsto que os parlamentares escolham por eleição um corregedor para cuidar dos processos de quebra de decoro parlamentar dos oito distritais citados no inquérito que deflagrou a Operação Caixa de Pandora.

Quarta-feira (9)
Manifestantes organizam protesto na Praça do Buriti, a partir das 10h. Eles exigirão o afastamento do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, seu vice, Paulo Octávio. Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) que organizam o manifesto, estimam a presença de 15 mil pessoas.

Quinta-feira (10)
Data limite para a entrega da defesa do governador no processo que corre contra ele no Democratas. O partido promete decidir se expulsa ou não Arruda de seus quadros. Na ocasião, o Movimento Brasília Limpa promove mobilização para que brasilienses saiam às ruas vestidos de branco, ou coloquem fitas ou faixas da mesma cor em carros e janelas. E-mails são disparados, marcando a concentração do protesto: em frente ao Palácio do Buriti, às 10h.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Top