Envelhecimento saudável da população é debate na Câmara

A Frente Parlamentar em Apoio ao Idoso promoveu na tarde de ontem (27) o seminário “Ações no Campo do Cuidado em Saúde do Idoso com Ênfase na Alimentação Saudável” para debater a adoção de políticas públicas que incentivem a alimentação saudável das pessoas com mais de 60 anos.

O coordenador da Frente, deputado federal Vitor Paulo, do PRB Fluminense, alertou que o aumento expressivo do número de idosos torna a saúde deste segmento um importante foco de atenção para o Poder Público e as organizações da sociedade civil. Ele lembrou que à medida que a pessoa envelhece, maiores são as chances de desenvolver uma doença crônica.

“Temos, sim, o dever de exercer decisiva influência na elaboração das políticas públicas em benefício dos idosos, de modo a promover os indicadores de nutrição, saúde e qualidade de vida, com base em medidas e ações especificamente voltadas para o atendimento dessa parte expressiva da população brasileira”, avaliou Vitor Paulo.

A professora Christina Pedra, presidente da Associação Comunidade Sustentável, destacou a necessidade da promoção de campanhas de segurança alimentar, como forma de conscientizar a sociedade e contribuir para a prevenção de doenças crônicas. "Uma das principais propostas da associação é conscientizar as pessoas sobre a mudança dos hábitos alimentares, pois a prevenção única forma de se evitar doenças na velhice", acrescentou.

A deputada federal Flávia Morais, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Idoso, ressaltou que o idoso exerce papel fundamental na orientação da família sobre a importância de uma alimentação saudável. "A pessoa idosa deve ser um multiplicador da boa alimentação para a juventude de hoje", disse.

A coordenadora da área técnica de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann, afirmou que o principal desafio desse setor é permitir o envelhecimento saudável dos brasileiros. De acordo com Hoffmann, 60% dos idosos apresentam pelo menos uma doença desse tipo. O principal problema é a hipertensão, que atinge 53% deles. Em seguida, vêm artrite, doenças cardíacas, diabetes e depressão.

A coordenadora sustentou que promover o envelhecimento com saúde depende da adoção de um “modelo de atenção integral e que integre as diferentes políticas públicas”. E um dos principais aspectos da prevenção, apontou, diz respeito à alimentação.

Alimentação

A consultora técnica da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição, também do Ministério da Saúde, Ana Carolina Feldenheimer, destacou especificidades do idoso quanto se trata da alimentação. Ela lembrou que, além de incentivar que essa população consuma alimentos saudáveis, a família deve observar aspectos como perda de apetite, que pode ser causada por depressão e outras doenças ou até pela dificuldade de mastigar.

Com o envelhecimento, conforme destacou Ana Carolina, o indivíduo também pode perder parte do paladar. “Por isso, ele pode optar por alimentos industrializados, como salgadinhos, porque têm mais sabor. A família, então, tem de ficar atenta e melhorar o tempero da comida feita em casa, por exemplo”, observou.

Resgate cultural

Os mais velhos também podem ajudar as novas gerações a adotar uma alimentação mais saudável, destacou a consultora do ministério. Ela ressaltou que, nos últimos anos, a população brasileira está trocando seus hábitos tradicionais, baseados em comida caseira, por alimentos prontos. Com isso, cresceram o sobrepeso e a obesidade. “Os avós têm a missão cultural de ajudar os mais jovens a comer melhor, de resgatar essa comida saudável e gostosa”, disse.



Por Laize Andrade, Com informações da Agência Câmara
Fotos: Douglas Gomes


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