Da Redação


A prisão preventiva de três policiais civis pela suposta execução de um menino e de sua mãe é contestada pela categoria. O crime ocorreu na Estrutural e o menor era suspeito de latrocínio – roubo seguido de morte. Parlamentares protocolaram uma denúncia contra a delegada responsável pelo caso nas comissões de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar; e de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da Câmara Legislativa.

As vítimas são Genival Adelino Cerqueira, vulgo Nininho, morto em setembro de 2004, e sua mãe, Maria Solange Coelho de Albuquerque, assassinada em 2011. A decisão de prender os policiais ocorreu em novembro do ano passado pela então delegada da Divisão de Investigação da Corregedoria da Polícia Civil, Renata Malafaia, que, no início de 2011, havia indicado outra autoria para o crime.

“Colocaram três policiais inocentes na cadeia. E quem fez isso foi a própria polícia. Tenho provas do que estou dizendo”, afirmou o deputado Wellington Luiz (PMDB).

De acordo com o laudo policial, Genival morreu em uma troca de tiros com policiais no próprio barraco na Estrutural, dois dias depois de ter cometido dois latrocínios e uma tentativa do mesmo delito, com outros dois homens.

“Em 2004, uma quadrilha saiu cometendo horrores. Foi praticar um assalto na Estrutural e acabou ferindo o subadministrador regional à bala. Esses bandidos, continuando no seu rastro de sangue, foram até o Guará, onde assaltaram uma padaria. Lá, eles mataram o dono da padaria e quando o policial Hudson percebeu o assalto, reagiu e foi morto”, relembra Wellington. Depois disso foram feitas as buscas ao suspeito, e ele foi encontrado em casa, onde morreu.

Junto com Nininho estava a namorada Thais Islene Queiroz Alvim, que na época tinha 15 anos. Ao perceberem a presença dela, os policiais a levaram para o hospital e alguns dias depois ela foi morar com Solange, mãe do namorado falecido. Em 2011, a mesma menina assistiu mais uma vez uma pessoa querida morrer: Solange levou dois tiros na porta de casa.

Ponto de vista
A categoria, representada pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), ficou abalada com a situação e se sente perseguida. “O que eles fizeram foi simplesmente combater a criminalidade. Em um confronto com bandidos que deixaram rastros de crimes, um deles acabou matando, tudo dentro da legítima defesa. Isso tudo ficou apurado na época do fato na 4ª DP”, argumenta Ciro Freitas, presidente do sindicato.

Mulher era apontada como mandante

Em declaração à polícia, a filha de Solange, Jane Salustriano, não acreditava na participação do irmão nos crimes e afirmou que os policiais haviam plantado evidências para parecer que foi um tiroteio e não uma execução. Dessa forma, também teriam matado a mulher

No entanto, na época da morte de Solange, a história contada pelas testemunhas, inclusive a própria Jane, era bem diferente. Em inquérito assinado pela delegada Renata Malafaia, Francisca Ivone da Cruz foi atuada como mandante do assassinato de Solange.

Pelo menos sete testemunhas confirmaram que Solange e Ivone trocavam insultos e violências constantemente na rua e que Ivone tinha contatos com criminosos. A suspeita teria fugido da cidade logo após a morte de Solange. Diante destes e outros indícios, Ivone chegou a ser indiciada.

A delegada não foi encontrada pela reportagem para falar sobre o assunto. Já o diretor-geral da PCDF, Jorge Xavier, preferiu não comentar o caso. Ele exonerou Renata do cargo da corregedoria em dezembro do ano passado, mas não confirmou qualquer desconfiança. “Achei que o outro delegado tinha um perfil mais adequado, então ela foi substituída”, justificou.

Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

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