Moradores fecham Estrutural e causam caos no DF

Eles são da invasão Vila Santa Luzia, na Estrutural, e querem uma reunião com o Seops
Thatyane Nardelli


Moradores da Vila Santa Luzia, expansão da Cidade Estrutural, fecharam as pistas principais e as marginais da região na manhã desta segunda-feira (24). Os manifestantes queimaram pneus e se posicionaram em frente aos carros. O 4° Batalhão da Polícia Militar foi acionado e tentou negociar com os manifestantes a liberação da via. 

O grupo reclamava de uma possível transferência de moradores do Setor de Chácaras Santa Luzia pelo governo. Eles vivem em local de risco e devem ser remanejados. A barreira está montada na entrada da Estrutural e da Cidade do Automóvel. O advogado da Associação de Moradores da Vila ficou em frente ao Batalhão do Choque, chamado devido a falta de negociação entre moradores e a PM.

De acordo com o coronel do 4º Batalhão da Polícia Militar, Marcos Koboltt, dez pessoas foram presas na ação por desacato a autoridade. Sobre pessoas que teriam sido agredidas pela PM, o capitão informou que quando "vai realizar uma prisão, as pessoas correm e por conta disso acabam se machucando". "Desde as 6h50 da manhã nós estamos negociando para eles saírem da pista, mas foi preciso chamar o Choque", concluiu.


O advogado do grupo, Carlos Alberto Araújo,membro da Comissão Diretiros Humanos da OAB, enfrentou o jato d'água disparado pelo Batalhão de Choque. Mesmo com a pressão dos policiais, Araújo não saiu e levou um forte jato de spray de pimenta nos olhos. Ele foi corrido e encaminhado ao posto de saúda da cidade.

Novo protesto


Os moradores da Vila Santa Luzia prometeram voltar às 16h desta segunda e a polícia garantiu estar de prontidão caso isso aconteça. "Não podemos deixar esse tipo de protesto virar rotina. Esse tipo de comportamento atrapalha a vida de muita gente. É toda uma cidade parada por conta disso", afirmou o coronel Koboltt.

Sobre as a retirada de ocupações irregulares na Cidade Estrutural, a Secretaria da Ordem Pública e Social (Seops) esclarece:

1. Relatório estatístico divulgado pela Seops em janeiro deste ano mostra que a Cidade Estrutural é um dos locais mais fiscalizados do DF. De janeiro a dezembro de 2013, 106 operações foram realizadas na região. O resultado foi a retirada de 375 construções irregulares. Este ano, o Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo já superou o número de remoções de todo o ano passado: 415 construções em 14 operações. A maior parte das remoções ocorreu no Setor de Chácaras Santa Luzia.

2. As operações no local são rotineiras e ocorrem até duas vezes por semana com o objetivo de retirar as obras mais recentes ou que tenham sido erguidas em área de preservação ambiental. O monitoramento da área, entretanto, ocorre diariamente para identificar as novas construções. Para esta segunda-feira (24), no entanto, nenhuma operação está agendada com fins de desocupação de áreas públicas.

3. A principal preocupação dos órgãos de fiscalização do Governo do Distrito Federal é com a construção de edificações nas proximidades dos limites da Floresta Nacional de Brasília. De acordo com a legislação ambiental vigente, é proibido construir dentro de uma faixa de 300 metros de distância da unidade de conservação.

4. A Seops entende o direito dos ocupantes da área de se manifestarem. Entretanto, informa que as ações no local irão continuar.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília


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