Arruda permanece calado durante depoimento à Polícia Federal

Arruda anuncia sua desfiliação do DEM em discurso Foto: Andressa Anholete/Jornal de Brasília/Futura Press

Arruda anuncia sua desfiliação do DEM em discurso
Foto: Andressa Anholete/Jornal de Brasília/Futura Press

O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) permaneceu calado durante o depoimento prestado nesta segunda-feira à Polícia Federal. O advogado Nélio Machado, que faz a defesa do ex-governador, afirmou que seu cliente falará "de forma plena, na medida em que eu tenha acesso irrestrito à apuração feita até agora".

O defensor disse que Arruda teria deixado clara sua vontade de falar e já teria dito alguma coisa. "Mas eu reiterei minha orientação firme e sem transigência no sentido de que eu não abro mão da legalidade", disse. O ex-governador é ouvido na PF sobre a acusação de subornar uma testemunha durante investigações da operação Caixa de Pandora.

Nélio Machado afirmou que ainda não teve acesso nem aos vídeos nem a perícias nem aos autos da investigação. "Meu cliente vai falar quando a investigação se fizer com o propósito não de pré-julgá-lo, mas de buscar a responsabilidade de quem possa efetivamente ter culpa", disse.

A defesa de Arruda também entrou, nesta segunda-feira, com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o recurso de revogação da prisão preventiva seja apreciado entre hoje e amanhã. Arruda está preso desde o dia 11 de fevereiro por determinação do STJ, acusado de suborno de testemunha do inquérito que apura suposto de esquema de pagamento de propina no governo do DF, o mensalão do DEM.

Mais depoimentos
O ex-secretario de Comunicação do DF Welligton Moraes, preso no complexo penitenciário da Papuda, prestou depoimento na manhã de hoje e também ficou calado.

Deve depor ainda hoje o ex-presidente da Câmara Legislativa do DF Leonardo Prudente. O advogado que o representa, Herman Barbosa, chegou à superintendência da Polícia Federal, por volta das 15h, para acompanhar o depoimento, mas não adiantou se Prudente falaria ou se ficaria calado.

Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.


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Redação Terra

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