O nome do governador interino para cumprir o mandato tampão, que termina em 31 de dezembro próximo, é bem recebido pelos deputados distritais, mas deputados da própria base aliada reclamam, sob anonimato, da falta de espaço que Lima deu aos ex-colegas de parlamento para indicarem nomes para compor o governo. "Se esta eleição começar a se transformar em disputas pequenas, barganhas políticas, será a pavimentação que faltava para haver intervenção federal", pondera a deputada Érika Kokay, do PT.


O medo da intervenção no governo do Distrito Federal também tem sido o cardápio de almoços regulares de um grupo suprapartidário de deputados, que se reúnem para discutir as regras da eleição indireta. Fazem parte do grupo o presidente interino da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), e os deputados Agnaldo de Jesus (PRB), Dr. Charles (PTB), Cristiano Araujo (PTB) e Paulo Roriz (DEM). O grupo concorda que os partidos devem se unir para lançar chapas de consenso e evitar uma disputa política que exponha a fragilidade da Câmara, o que daria força à possibilidade de intervenção. Os deputados estão divididos, porém, quando se discute se os candidatos devem ser da Casa ou de fora dela.


Agnaldo de Jesus anunciou aos colegas que está disposto a disputar o governo, e colocou a seu favor o fato de ser do PRB, partido do vice-presidente da República, José Alencar. Segundo Jesus argumentou, o partido poderia ajudar na articulação de apoio do Palácio do Planalto ao governo dele, o que afastaria a hipótese de intervenção.


Também surgiram como pré-candidatos os deputados Alírio Neto, do PPS, e Eliana Pedrosa, do DEM. Os dois, porém, assim como Agnaldo de Jesus, são aliados do ex-governador Arruda, o que, neste momento, conta contra eles. Isto porque o perigo da intervenção é o que move todas as conversas neste momento. O nome de Alberto Fraga, ex-secretário de Transporte, também é comentado pelos deputados distritais, mas, mais uma vez, a ligação muito íntima com Arruda atrapalha a construção de apoio entre os colegas.

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